SINFONIA DOS IPÊS DE SETEMBROSávio Roberto Moreira Gomes Sob invisível batuta, despertam ipês-setembro,trajados de amarelo, branco, roxo e rosa.Na delicada partitura de cada membro,Passeiam pétalas em sons, versos e prosa.Ensaiam brevemente pinceladas coloridas,elegantes harpejos em suave adágioem ricas escalas em oitavas sustenidas,do Allegro ao emocionante presságio.O maestro, Ipê-rei, Flor Nacional está atento,repassa um Crescendo em Ária com os ipês rosaergue com precisão a batuta e ordena ao ventoque todos os ipês se concentrem em verso e prosa.E, de repente, com o contraste do céu azul,surgem ipês multicoloridos, de Minas a Goiás,Em Santa Catarina, Fortaleza, Rio Grande do Sul,São Paulo, Paraná, Paraíba, Sergipe, Manaus, Carajás...São orgulhosamente ipês brasileiros em harmonia,executando em intermezzo sua arte-flor em setembro,mas pode por capricho, comoção ou alegriasurgir em março, maio, agosto ou dezembro.Lhes deram nomes curiosos os homens da Ciência,Tabebuia, da família Bignoniaceae, pau d´arco, piúna,ipê-roxo-de-bola, ipê-rosa, mas com paciênciaele respeita os seus súditos, e sorri com o "ipê-una"!À frente, as sensatas presenças dos ipês-mirins,que como violinos, entoam suave fantasia,tem como resposta um lindo naipe de clarins,e todos os ipês respondem em harmonia.Numa delicada valsa surgem beija-floresornando as copas coloridas num bailado,agitam num frêmito as asas multicorescomo se tivessem a muito tempo ensaiado.Assim prosseguirá a rica Sinfonia,cada Ipê-branco, ipê-rosa, ipê-roxo, ipê-amarelo,uns fazem o canto, os metais, a percussão, o cello,ora em pizzicato, ora em polifonia.Novamente, em setembro, surgem os ipêscom sua sinfonia de cores em pétalas,em finalle, voam ninfas-sementes, libélulas,que pousam para ser ipês outra vez. Campos dos Goytacazes, setembro de 2010
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SINFONIA DOS IPÊS DE SETEMBRO
Sávio Roberto Moreira Gomes
Sob invisível batuta, despertam ipês-setembro,
trajados de amarelo, branco, roxo e rosa.
Na delicada partitura de cada membro,
Passeiam pétalas em sons, versos e prosa.
Ensaiam brevemente pinceladas coloridas,
elegantes harpejos em suave adágio
em ricas escalas em oitavas sustenidas,
do Allegro ao emocionante presságio.
O maestro, Ipê-rei, Flor Nacional está atento,
repassa um Crescendo em Ária com os ipês rosa
ergue com precisão a batuta e ordena ao vento
que todos os ipês se concentrem em verso e prosa.
E, de repente, com o contraste do céu azul,
surgem ipês multicoloridos, de Minas a Goiás,
Em Santa Catarina, Fortaleza, Rio Grande do Sul,
São Paulo, Paraná, Paraíba, Sergipe, Manaus, Carajás...
São orgulhosamente ipês brasileiros em harmonia,
executando em intermezzo sua arte-flor em setembro,
mas pode por capricho, comoção ou alegria
surgir em março, maio, agosto ou dezembro.
Lhes deram nomes curiosos os homens da Ciência,
Tabebuia, da família Bignoniaceae, pau d´arco, piúna,
ipê-roxo-de-bola, ipê-rosa, mas com paciência
ele respeita os seus súditos, e sorri com o "ipê-una"!
À frente, as sensatas presenças dos ipês-mirins,
que como violinos, entoam suave fantasia,
tem como resposta um lindo naipe de clarins,
e todos os ipês respondem em harmonia.
Numa delicada valsa surgem beija-flores
ornando as copas coloridas num bailado,
agitam num frêmito as asas multicores
como se tivessem a muito tempo ensaiado.
Assim prosseguirá a rica Sinfonia,
cada Ipê-branco, ipê-rosa, ipê-roxo, ipê-amarelo,
uns fazem o canto, os metais, a percussão, o cello,
ora em pizzicato, ora em polifonia.
Novamente, em setembro, surgem os ipês
com sua sinfonia de cores em pétalas,
em finalle, voam ninfas-sementes, libélulas,
que pousam para ser ipês outra vez.
Campos dos Goytacazes, setembro de 2010
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